segunda-feira, 30 de abril de 2012

A nova forma de pensar da Filosofia Moderna culminou:


RACIONALISMO
A presença de Descartes no cenário moderno marca decididamente toda a história do pensamento filosófico. Ele delimita a modernidade: o surgimento do subjetivismo como apelo ao homem criador, dominador e conquistador da natureza – o homem pensante.
É o principal pensador da racionalidade moderna, iniciou seu projeto perguntando-se sobre como é possível conhecer a realidade? E a sua resposta foi clara: só podemos conhecer a realidade pela razão. 
René Descartes, em seu trabalho filosófico, consolida de maneira diferenciada o que já vinha desenhando-se desde o século XVI: a valorização positiva do indivíduo e de sua subjetividade como espelho do governo da razão. Para Descartes, a verdade está no interior do próprio sujeito: a certeza da consciência de si.
Eu penso, logo existo, ou seja, o pensamento como condição para a existência. Não vamos fazer neste trabalho uma reprodução sistematizada da trajetória cartesiana. O mais importante é deixarmos claro que foi com Descartes que pela primeira vez se pensou o fundamento “do que é o homem” a partir da presença do cogito.
A partir de Descartes, o conhecimento não está mais gravado no mundo, mas seu lugar é na consciência do sujeito pensante enquanto representação e/ou adequação entre a “coisa” (o mundo) e o pensamento (o cogito). É a consciência que demarca e dá validade para o que é conhecido. O cogito, segundo Descartes, cobre toda a realidade de uma experiência, sendo resultado de um processo que coloca em cena uma questão: a verdade como um projeto de fundação da consciência. A proposição: Eu penso, logo existo põe o pensar como aspecto essencial do sujeito. E isso em Descartes acaba por transformar a filosofia posterior a ele.
Descarte distingue três tipos de idéias: inatas, adventícias e factícias. As ideias adventícias são aquelas que nos chegam a partir dos sentidos, as factícias são provenientes da nossa imaginação, uma combinação de imagens fornecidas pelos sentidos e retidas na memória cuja combinação nos permite representarem (imaginar) coisas que nunca vimos.
Quais são então as ideias inatas? Fundamentalmente os conceitos matemáticos e a ideia de Deus. Este inatismo traduz a profunda confiança que Descartes têm na razão. Fonte de todo o conhecimento seguro e verdadeiro, faculdade universalmente partilhada, a razão ou bom senso é aquilo que define o homem como homem, o que o distingue dos outros animais.

EMPIRISMO
O empirismo  é uma doutrina filosófica que tem como principal teórico o inglês John Locke (1632-1704), que defende uma corrente a qual chamou de Tabula Rasa. Esta corrente afirma que as pessoas nada conhecem, como uma folha em branco. O conhecimento é limitado às experiências vivenciadas, e as aprendizagens se dão por meio de tentativas e erros.
Entende-se por empírico aquilo que pode ter sua veracidade ou falsidade verificada por meio dos resultados de experiências e observações. Teorias não bastam, somente através da experiência, de fatos ocorridos observados, um conhecimento é considerado pelo empirista.
O iniciador do empirismo é Francis Bacon. Enalteceu ele a experiência e o método dedutivo de tal modo, que o transcendente e a razão acabam por desaparecer na sombra. Falta-lhe, no entanto, a consciência crítica do empirismo, que foram aos poucos conquistando os seus sucessores e discípulos até Hume.
Segundo a teoria de Locke (com a qual concordavam os demais empiristas), a razão, tem a função de organizar os dados empíricos, apenas unir uns dados aos outros, que lhe chegam através da experiência. Segundo Locke, “nada pode existir na mente que não tenha passado antes pelos sentidos”, ou seja, as idéias surgem da experiência externa (via sensação), ou interna (via reflexão), e podem ser classificadas em simples (como a idéia de largura, que vêm da visão) ou compostas (a idéia de doença, resultado de uma associação de idéias).
O empirismo causou uma grande revolução na ciência, pois graças à valorização das experiências e do conhecimento científico, o homem passou a buscar resultados práticos, buscando o domínio da natureza. A partir do empirismo surgiu a metodologia científica.
O método empírico de Francis Bacon e de Thomas Hobbes influenciou toda uma geração de filósofos no Reino Unido a partir do século XVII. John Locke é considerado o fundador dessa tradição, que ficou conhecida como empirismo britânico, em oposição ao racionalismo que predominava na maior parte da Europa continental.
Para Hume, o simples fato de um fenômeno ser sempre seguido de outro faz com que eles se relacionem entre si de tal forma que um é encarado como causa do outro. Causa e efeito, enquanto impressões sensíveis, não seriam mais do que um evento seguido de outro. A noção de causalidade seria, portanto, uma "criação" humana, uma acumulação de hábitos desenvolvida em resposta às sensações. No entanto, a crença nessas "verdades" pretensamente inabaláveis, que dariam ao mundo uma aparência de estabilidade, seria ilusão.

CRITICISMO
Para Kant, o espaço e o tempo não são extraídos da experiência, mas se constituem como intuições a priori, por existir na mente do sujeito como as condições pelas quais os fenômenos seriam percebidos: o espaço teria a função de apreender os objetos fora do sujeito; o tempo seria responsável pelo modo como o sujeito tem acesso às suas mudanças no tempo. Se a matemática obteve sucesso nos seus resultados, isso se deu em função dela tomar como base uma intuição pura, dotada de espaço e tempo, enquanto formas a priori. Assim, espaço e tempo seriam as duas condições necessárias para que o conhecimento matemático tivesse resultados de caráter universal e necessário. Por necessário e universal deve-se entender aquilo que seria inquestionável, que seria aceito sem qualquer discussão: por exemplo, ninguém duvida que os ângulos internos de um triângulo correspondam a dois ângulos retos. No entanto, resta ainda saber como a física teria conquistado essa condição.
A tarefa iniciada por Kant, de superação da incapacidade humana de se servir do seu próprio entendimento e ousar servir-se da própria razão, não poderão jamais ser completados. As teorias do conhecimento que se desenvolveram tanto na Antiguidade quanto na Idade Média não colocavam cm duvida a possibilidade de conhecer a realidade tal qual é.
Para o filósofo, não é a razão que deveria se curvar a uma realidade objetiva qualquer, mas toda e qualquer realidade objetiva é que deveria se submeter às exigências da razão.
A experiência, portanto, é uma unidade sintética, ou seja, não é só a combinação de matéria (“aquilo que no fenômeno corresponde a sensação”) e forma (‘aquilo que faz com que a diversidade do fenômeno seja ordenada na intuição, através de certas relações’), mas também, a combinação das formas da intuição e do entendimento e suas relações funcionais.
Com isso Kant conclui pela impossibilidade do conhecimento através do uso puramente especulativo da razão. A razão especulativa, entretanto, embora não possa conhecer o ser em si, abstrato, que não se oferece à experiência e aos sentidos pode pensá-lo e coloca problemas que serão resolvidos no âmbito da razão pratica. Isto e, no campo da ação e da moral.

Um comentário:

  1. O Racionalismo é uma doutrina que surgiu antes de Cristo. Os filósofos racionalistas utilizaram a matemática como instrumento da razão para explicar a realidade, corrente central no pensamento liberal. Abrange tudo o que afirmamos, negamos, sentimos, imaginamos, cremos e sonhamos.
    O ponto de partida do Kantismo é o problema do conhecimento, e a ciência, tal como existe. Kant questionou o racionalismo e o empirismo, ao longo de vinte anos de pesquisas, originando o pensamento que ficaria conhecido como criticismo kantiano.
    O Empirismo é uma doutrina que reconhece a experiência como a única fonte válida de conhecimento, é uma maneira diversa de conceber a razão.

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